Património artístico da Câmara Municipal de Sintra

 Colecções e espólios municipais - Museu Ferreira de Castro
 
 
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Máquina de escrever "Corona"
 
 
Reconstituição do escritório
 
 
Jorge Barradas, Índio da América do Norte, aguarela, 240x160 cm,1944
   
O Museu Ferreira de Castro apresenta cronologicamente o percurso vivencial do escritor:

 
   
Ferreira de Castro
(anos 40 - séc. XX)
 
   
   
   
«Infância» (1898-1911), refere-se à meninice na «aldeia nativa» de Salgueiros, freguesia de Ossela, concelho de Oliveira de azeméis, período de íntimo contacto com a verdejante natureza da região, que tanto iria marcá-lo.

«No Brasil – Da selva amazónica a Belém do Pará» (1911-1919), relata a época em que Ferreira de Castro vive, ainda criança e sozinho, num seringal da Amazónia (até 1914) e a dramática e rocambolesca vivência em Belém. Dos muitos objectos de interesse expostos, destaque-se o manuscrito de Criminoso por Ambição, máscaras dos índios Parintintins, terra do seringal onde Castro trabalhou, e exemplares de Criminoso por Ambição e Alma Lusitana, ambos de 1916, os primeiros títulos que publicou.

«O Regresso – Jornalismo e obra renegada» (1919-1927), mostra parte da actividade jornalística e exibe os livros que correspondem à primeira fase de Ferreira de Castro – de Mas (1921) a O Voo nas Trevas (1927) –, por ele suprimidos das suas obras completas e que hoje são raridades bibliográficas.

«O Triunfo – De Emigrantes à direcção de O Diabo» (1928-1935); «O Último Vagamundo» (viagens, 1929-1939); «O Mestre – De A Tempestade a Os Fragmentos» (1940-1974) contemplam o tempo em que Ferreira de Castro pontificou como autor proeminente do Portugal de então. É o período de A Selva, Terra Fria, A Lã e a Neve, A Curva da Estrada, A Missão

O escritor português mais traduzido do seu tempo; na última sala expõem-se traduções das suas obras em diversas línguas.

O visitante tomará contacto com edições raras, manuscritos, objectos pessoais, ilustrações originais para os seus livros e outros espécimes relacionados com a vida e a escrita do romancista. O Museu apresenta também telas e desenhos originais de Arlindo Vicente, Bernardo Marques, Cândido Portinari, Elena Muriel, Jorge Barradas, Júlio Pomar, Roberto Nobre e Stuart Carvalhais, entre outros.

O gabinete de trabalho de Ferreira de Castro foi reconstituído à semelhança do de sua casa de Lisboa. Pode ver-se a secretária do escritor, sobre a qual estão diversos objectos pessoais, bem como quadros, com destaque para retratos da autoria de Eduardo Malta, Roberto Nobre e Stuart. Da biblioteca pessoal constam livros dedicados de autores contemporâneos como Raul Brandão, Aquilino Ribeiro, Egas Moniz, Gago Coutinho, José Régio, José Rodrigues Miguéis, Alves Redol, Fernando Namora, Carlos de Oliveira, José Cardoso Pires, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Valle-Inclán, Louis Aragon, Somerset Maugham, entre muitos outros.

O riquíssimo espólio documental, composto por mais de vinte mil documentos de correspondência, largas dezenas de títulos de periódicos, manuscritos e outros documentos, está aberto aos investigadores credenciados. Nele encontramos grandes nomes da cultura.

Ricardo António Alves
[coordenador do Museu Ferreira de Castro]




   
 
Foto de uma das viagens
de Ferreira de Castro
 
 
Manuscrito de O Instinto Supremo,
fl 1, 1965
 
 
Elena Muriel, Retrato de Ferreira de Castro, carvão, 533x420 cm, 1937

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