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Autor Leal da Câmara (ver biografia) Modalidade Pintura Técnica Guache e tinta da china sobre papel Dimensões 47,5 cm x 32 cm Datado 1899 Proveniência Casa-Museu Leal da Câmara ![]() |
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Representação da Igreja Católica, através de uma figura de grande estatura, que segura na mão esquerda um pequeno "Zé Povinho" de pequena estatura e na direita uma coroa real.
Esta obra é bem reveladora do carácter crítico e acutilante que acompanhou Leal da Câmara ao longo da sua carreira, embora o mesmo se tenha diluído nos últimos anos de vida, por força da calma trazida pela sua dedicação à região saloia da Rinchôa-Mercês. Aquando desta obra, Leal já estava exilado em Madrid, longe da perseguição monárquica portuguesa, instituição que tanto havia criticado. Tal como ao Clero português de então, aqui representado de forma agigantada, face ao Zé Povinho e à própria monarquia, que domina e leva pela mão, como forma de demonstrar o peso da Igreja em Portugal. Esta caricatura é um manifesto de desencanto do artista, até pelo título encontrado, que não vê o seu país tomar o rumo que pretendia, a República. De notar a presença de um (já então ícone) gráfico: o Zé Povinho, criado duas décadas antes por Rafael Bordalo Pinheiro. Um ano depois, o artista refugiar-se-á na republicana França, em Paris. |