Au casino

Representação da vida noturna de Paris: em primeiro plano, um grupo com três personagens (um homem entre duas mulheres) elegantemente vestidos; como pano de fundo, descortinamos o balcão do bar, através da presença do empregado e de garrafas em exposição.

A cor é-nos trazida privilegiando o claro/escuro, entre castanhos e negros versus amarelos, ocres e brancos, o que possibilita um cenário apropriado do lugar retratado, onde a luz é escassa e artificial. A exemplo da outra obra de Leal da Câmara em exposição nesta sala, estamos em presença de um registo da boémia parisiense do início do século XX. O depuramento nas cores, bem como uma certa elegância e subtileza desta pintura, permite-nos aproximá-la da estética de Toulouse-Lautrec (como pretendia, por exemplo, Aquilino Ribeiro). Leal consegue aqui um registo da mundanidade parisiense, através de um forte contraste entre cores escuras e claras, reduzindo a perceção de luz ao mínimo, situação própria, aliás, destes locais. O conjunto dos três personagens é quase apresentado numa espécie de fusão de formas, permitindo um distanciamento formal do fundo e dos seus elementos: o bar do casino, o empregado e os objetos (nomeadamente garrafas) em exposição. [ver também esta obra]

[ver também esta obra]